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O crescimento econ�mico causou no entanto algum descontentamento entre os trabalhadores, uma vez que estes auferiam sal�rios muito baixos. [87] Os bondes de Hong Kong cobrem uma parte da ilha de Hong Kong.

Museu do Futebol recebe lan�amento de livro infanto-juvenil sobre Pel�

Como parte dos eventos de homenagem a Pel� no anivers�rio de um ano deslot machines gr�tismorte, o Museu do Futebol recebe nesta ter�a-feira o lan�amento do livro infanto-juvenil "Dico: o menino que morava no cora��o do Pel�", com texto de Celso de Campos Jr. e ilustra��es de Lhaiza Morena.

O lan�amento � gratuito e inclui um bate-papo no audit�rio do Museu com a presen�a dos autores, al�m de Fl�via Arantes do Nascimento, filha de Pel� e apresentadora do podcast "Legado do Rei" ao lado de Fabio Bolla.

Durante o evento, os participantes v�o conversar sobre os valores que Edson Arantes do Nascimento sempre transmitiu fora dos campos. O livro foi editado por Sidney Gusman e publicado pela Garoa Livros.

"Dico: o menino que morava no cora��o do Pel�" insere a trajet�ria e as conquistas do Rei do Futebol no universo da literatura infanto-juvenil. Tendo como base fatos da vida do atleta, a narrativa prop�e uma reflex�o sobre inf�ncia e maturidade.

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    Resumos

    No cen�rio brasileiroslot machines gr�tisque o pa�s conquista o direito de sediar os dois maiores eventos de competi��o esportiva, a Copa do Mundo de Futebolslot machines gr�tis2014 e as Olimp�adasslot machines gr�tis2016, a rela��o da m�dia com o esporte certamente ser� intensificada e, dessa forma, devemos estar atentos para n�o sermos apenas consumidores passivos das informa��es midi�ticas.

    Portanto, na busca por compreens�es sobre essa rela��o, objetivamos neste trabalho refletir sobre o agendamento midi�tico para a Copa do Mundo de Futebol de 2014, assim, a pesquisa investigou os telejornais Esporte Fant�stico (Rede Record) e Esporte Espetacular (Rede Globo) durante o m�s de abril de 2010.

    Escenario brasile�o, cuando el pa�s gan� el derecho a organizar los dos eventos m�s importantes de la competici�n deportiva, la Copa Mundial de F�tbol en 2014 y los Juegos Ol�mpicos en 2016, la relaci�n con la prensa deportiva seguramente se intensificar�, y por lo tanto debemos tener cuidado no s�lo ser consumidores pasivos de informaci�n multimedia.

    Por lo tanto, la b�squeda de la comprensi�n de esta relaci�n, este estudio tuvo como objetivo reflexionar sobre el calendario de los medios de comunicaci�n para la Copa Mundial de F�tbol 2014, tanto para el trabajo investig� los noticieros Deporte Fantastico (Rede Record) y deporte espectacular (Rede Globo) durante el mes de abril de 2010.

    INTRODU��O

    Penetrar nas veredas que nos conduzem a discuss�es sobre esporte significa estar entregue a um percurso constru�do entre o fasc�nio e a d�vida.

    Este fasc�nio � encontrado na capacidade do esporte de promover uma transcend�ncia dos sujeitos da realidade para um "mundo" tecido no dom�nio das emo��es, e, de forma oposta, provoca d�vidas pelo poder de satisfa��o e domina��o que exerce nas rela��es sociais e na vida das pessoas.

    No contexto atual, as manifesta��es das pr�ticas esportivas marcadas pela massifica��o dominam um amplo espa�o da vida social e cultural das pessoas.

    Atrav�s de diferentes formas e com objetivos distintos elas adentraram e se fixaram no imagin�rio popular, passando a influenciar as rela��es sociais dos diferentes grupos populacionais e institui��es (BRACHT, 2009BRACHT, V.

    Sociologia cr�tica do esporte: uma introdu��o.3.ed.Iju�: Ed.da Uniju�, 2009.).

    Entretanto, destacamos que o esporte � hegemonicamente consumido atrav�s do esporte de alto rendimento nas competi��es esportivas.

    Nestes eventos, a ampla dimens�o e a representatividade social fazem com que sejam depositados m�ltiplos interesses na organiza��o e participa��o.

    Diante disto, a m�dia destacar-se-� por utilizar o esporte como conte�do de informa��o e entretenimento, bem como para ludibriar, alienar e aprisionar a popula��oslot machines gr�tisseus interesses.

    No entanto, elucidamos que uma das institui��es da m�dia ganha destaque nesse processo, a televis�o.

    � oportuno evidenciar que a parceria da televis�o com o esporte n�o � recente, todavia decorre de um processo de longa data que se modelou de acordo com as influ�ncias hist�ricas, culturais, sociais, pol�ticas e econ�micas pelas quais passaram (BETTI, 1997BETTI, M.

    A Janela de vidro: esporte, televis�o e Educa��o F�sica.1997.279 f.

    Tese (Doutoradoslot machines gr�tisEduca��o) - Faculdade de Educa��o, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997.).

    A compreens�o dos interesses estabelecidos na rela��o da televis�o com o esporte � importante para uma atua��o cr�tica e emancipada diante das informa��es midi�ticas.

    Esse fato merece maior aten��o no atual cen�rio brasileiroslot machines gr�tisvirtude do pa�s ter conquistado o direito de sediar as duas maiores competi��es esportivas do mundo: a Copa do Mundo de Futebolslot machines gr�tis2014 e as Olimp�adasslot machines gr�tis2016.

    Com a conquista do direito de organizar e sediar estes eventos, muitos investimentos foram e ser�o realizados, fato que demanda uma aten��o de esferas sociais como os espa�os acad�micos enquanto problematizadores dos di�logos sociais mais emergentes.

    Entretanto, diante da proximidade da realiza��o da Copa do Mundo de Futebolslot machines gr�tis2014slot machines gr�tisrela��o �s Olimp�adasslot machines gr�tis2016, direcionaremos as reflex�es para este evento.

    Mesmo com uma dist�ncia cronol�gica consider�vel, as reflex�es sobre a Copa de 2014 se devem ao fato de buscarem dedicar um olhar especial para o cen�rio brasileiro e os investimentos que nele ser�o realizados, quer sejam ou n�o relacionados � organiza��o deste evento.

    Conforme anunciam os discursos veiculados nos espa�os midi�ticos, a Copa de 2014 j� come�ou.

    A organiza��o pr�via e divulga��o nos espa�os midi�ticos colocamslot machines gr�tispauta assuntos que devem ser discutidos nos espa�os sociais antes da realiza��o do evento.

    Isto configura nos estudos das comunica��es uma teoria denominada de agendamento, que ser� posteriormente discutida com maior profundidade (MEZZAROBA, 2009MEZZAROBA, C.; PIRES, G.L.

    O agendamento esportivo como objeto de pesquisa da Educa��o F�sica e como (nova) possibilidade no trato com os conhecimentos da Educa��o F�sica Escolar.

    In: CONGRESO ARGENTINO, 8.

    , 2009, La Plata; LATINOAMERICANO DE EDUCACION F�SICA Y CIENCIAS, 3., 2009, La Plata.Anais...La Plata, 2009.).

    Dessa forma, objetivamos neste trabalho refletir sobre o processo de agendamento midi�tico para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 realizado pelos telejornais esportivos Esporte Fant�stico, da emissora Rede Record, e Esporte Espetacular, da emissora Rede Globo.

    Para tanto, utilizamos metodologicamente uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa (SEABRA, 2001SEABRA, G.F.

    Pesquisa cient�fica: o m�todoslot machines gr�tisquest�o.Bras�lia: Ed.

    da Universidade de Bras�lia, 2001.).

    Os dados para an�lise foram obtidos a partir de grava��es de fitasslot machines gr�tisv�deo cassete e download nos sites dos referidos telejornais durante o m�s de abril de 2010.

    Portanto, a partir dos resultados e das discuss�es realizadas sobre estes dados, refletiremos acerca da rela��o dos esportes com as institui��es midi�ticas, especialmente durante a realiza��o dos megaeventos esportivos.

    Estas reflex�es oportunizar�o pensar o processo de forma��o e a atua��o dos profissionais de Educa��o F�sica no tratamento das informa��es veiculadas pela m�dia sobre os assuntos esportivos.

    ESPORTE E M�DIA: EM QUE SE PAUTA ESSA RELA��O?

    Diante da rela��o estabelecida entre a m�dia e as pr�ticas esportivas na atualidade, torna-se necess�rio o desenvolvimento de processos investigativos que se propunham a compreender os elementos conectivos dessa rela��o.

    Sobre as caracter�sticas da m�dia, Gastaldo (2009GASTALDO, E.

    "O pa�s do futebol" mediatizado: m�dia e copa do mundo no Brasil.

    Sociologias, Porto Alegre, ano 11, n.22, p.352-369, jul./dez.2009., p.

    353) faz os seguintes esclarecimentos:

    Em termos do senso comum, se entende por "m�dia" os "meios de comunica��o de massa" [...

    ], ou seja, os ve�culos de comunica��o, tomadas como dimens�o tecnol�gica, que, a partir da produ��o centralizada, veiculam seus produtos de modo "massificado", isto �, a um p�blico numeroso e indistinto, sem levarslot machines gr�tisconta a individualidade de cada um dos participantes deste p�blico.

    No entendimento apresentado por Gastaldo (2009)GASTALDO, E.

    "O pa�s do futebol" mediatizado: m�dia e copa do mundo no Brasil.

    Sociologias, Porto Alegre, ano 11, n.22, p.352-369, jul./dez.2009.

    a m�dia seria o instrumento respons�vel por transmitir ou mediar informa��es entre "produtores" e "receptores".

    Diante desta compreens�o, a m�dia enquanto ve�culo de forma��o e informa��o n�o � neutra.

    H� emslot machines gr�tisatua��o uma variedade de intencionalidades nem sempre expl�citas, visto que � "ve�culo" e ser� guiado a partir dos interesses de seus condutores.

    Todavia, os processos de media��o dos assuntos esportivos possuem caracter�sticas que lhes permitem se diferenciar das demais categorias de informa��o e entretenimento veiculados pela m�dia.

    Na atualidade, diversas s�o as estrat�gias de media��o que utilizam o conte�do esportivo para a veicula��o de informa��es, na mesma propor��o, encontramos uma quantidade consider�vel de pessoas que consomem, ou recebem as informa��es midiatizadas sobre esse fen�meno social.

    No entanto, � importante compreender que "o uso do esporte pela m�dia provoca um impacto sobre a maneira como percebemos e praticamos o esporte" (BETTI, 1997, p.1BETTI, M.

    A Janela de vidro: esporte, televis�o e Educa��o F�sica.1997.279 f.

    Tese (Doutoradoslot machines gr�tisEduca��o) - Faculdade de Educa��o, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997.).

    O apontamento realizado por Betti (1997)BETTI, M.

    A Janela de vidro: esporte, televis�o e Educa��o F�sica.1997.279 f.

    Tese (Doutoradoslot machines gr�tisEduca��o) - Faculdade de Educa��o, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997.

    reflete sobre a rela��o do esporte com a m�dia, visto que o esporte, quando "usado" pela m�dia, recebe adequa��es e conceitos que s�o atribu�dos pelos produtores das informa��es de forma a enquadr�-lo nos objetivos das institui��es midi�ticas, ocultando na maioria das vezes suas caracter�sticas iniciais, bem como atribuindo outras que n�o s�o encontradas emslot machines gr�tispr�tica.

    Essencialmente, neste processo de media��o das informa��es esportivas o meio televisivo ganha destaque.

    Emslot machines gr�tisgrade de programa��o s�o evidenciadas, constantemente, marcas das pr�ticas esportivas atrav�s de diferentes programas, dentre elas destacamos as marcas firmadas pelos telejornais esportivos.

    Este g�nero de programa televisivo vem cada vez mais ganhando destaque nas diferentes emissoras da televis�o brasileira.

    Sobre esta modalidade de informa��o do meio televisivo, ou seja, os telejornais esportivos, Silva e Marchi Junior (2009SILVA, C.L.; MARCHI J�NIOR, W.

    Comunica��o televisiva: reflex�es e considera��es sobre o telejornalismo esportivo.

    Revista Eletr�nica R�zon y Palabra, n.69, 2009., p.11) destacam que �:

    Uma fus�o entre jornalismo e televis�o que possui uma forma pr�pria de informar.

    Ao mesmo temposlot machines gr�tisque agrupa fontes, not�cias e seleciona conte�dos, como o jornalismo, o telejornalismo esportivo, det�m algumas especificidades que outros g�neros do jornalismo n�o podem recorrer, como um arquivo de imagens, ou a t�cnica de media��o orientada por um profissional que n�o somente transmite a mensagem, mas algumas vezes oferece uma leitura da not�cia.

    Contudo, essa fus�o tem algumas implica��es, visto que os assuntos esportivos veiculados por esse g�nero de jornalismo exageram no sentimento e emo��o, e deixam a desejar na coer�ncia e objetividade, como forma de apreender para seus espa�os uma quantidade maior de pessoas que se envolvem sem que antes fa�am uma an�lise cr�tica das informa��es que est�o recebendo.

    De acordo com Souza (2006, p.6)SOUZA, L.C.S.

    Cobertura esportiva na televis�o: crit�rios de noticiabilidade na interface entre jornalismo e entretenimento.

    In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO, 4.

    , 2006, Porto Alegre.Anais...Porto Alegre, 2006.

    "por mobilizar um n�mero maior de sentidos, a televis�o est� sempre � procura daquilo que desperta emo��o nas pessoas".

    Quanto aos espa�os do telejornalismo, "esta procura se manifesta no car�ter melodram�tico emprestado �s reportagens".

    Diante destas caracter�sticas, destacamos que diversas foram as mudan�as ocorridas nas estruturas midi�ticas para utiliza��o dos conte�dos esportivosslot machines gr�tissuas transmiss�es, entretanto, a rec�proca tamb�m � verdadeira.

    Como cita Costa (2007COSTA, S.R.M.

    Na��o, comunidade imaginada pela m�dia? o futebol-espet�culo e as identidades nacionais.

    In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES E CULTURA, 3., 2007, Salvador.Anais...Bahia, 2007., p.

    8) "se por um lado os meios de comunica��o se especializaram para adentrar o universo do esporte e coloc�-lo emslot machines gr�tispauta, porslot machines gr�tisparte o esporte fez s�rias concess�es naslot machines gr�tisparte atl�tica e competitiva para atender os interesses midi�ticos".

    Para tanto, � percept�vel que n�o s� a m�dia,slot machines gr�tisespecial a televis�o, realizou modifica��es para se adequar ao esporte, mas esse tamb�m realizou in�meras modifica��es para servir aos interesses das institui��es midi�ticas.

    Temos assim uma troca m�tua de interesses.

    Na opini�o de Alves J�nior (2008ALVES J�NIOR, D.

    A rela��o m�dia-esporte: um estudo das mensagens esportiva na televis�o e seus efeitos na pr�tica da Educa��o F�sica escolar, na percep��o do professor.2008.

    Disserta��o (Mestrado) - Universidade de Bras�lia, 2008., p.

    11) "o casamento entre a televis�o e o esporte tem se mostrado bastante rent�vel, notadamente para o desenvolvimento do esporte espet�culo e, consequentemente, para as emissoras de televis�o e imprensas a elas associadas".

    � diante dessa poderosa estrat�gia de venda e comercializa��o de produtos que a m�dia tem a cada dia estreitado os v�nculos com os assuntos esportivos.

    Podemos compreender a televis�o como um dos meios de comunica��o de maior expressividade no cen�rio brasileiro.

    Como afirmam Rocha e Aucar (2011, p.

    56) "at� hoje nenhum outro ve�culo movimenta mais audi�ncia das massas do que a televis�o".

    Esta � utilizada como fonte inesgot�vel de forma��o e informa��o, por outro lado � importante que tamb�m a reconhe�amos como fonte de domina��o e aliena��o.

    A televis�o, para Betti (1997BETTI, M.

    A Janela de vidro: esporte, televis�o e Educa��o F�sica.1997.279 f.

    Tese (Doutoradoslot machines gr�tisEduca��o) - Faculdade de Educa��o, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997., p.41), apresenta:

    Uma realidade j� pronta, que n�o atinge a criatividade do receptor; acarretando a perda do direito de escolha e da livre concentra��o, e estabelece com o espectador uma rela��o guiada por interesses mercadol�gicos.[...

    ] A televis�o imp�e um novo imagin�rio.

    Complementando, Betti (1997BETTI, M.

    A Janela de vidro: esporte, televis�o e Educa��o F�sica.1997.279 f.

    Tese (Doutoradoslot machines gr�tisEduca��o) - Faculdade de Educa��o, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997., p.

    41) argumenta que "a linguagem-imagem da televis�o comp�em-se de estere�tipos que despertam o inconsciente do telespectador, e assim demonstram como devem comportar-se de acordo com os desejos do sistema".

    Esta os prendeslot machines gr�tisestruturas que s�o impercept�veis, por�m respeit�veis, de forma que n�o oportunize autonomia cr�tica para refletir sobre o que � recebido.

    Todavia, � necess�rio reconhecer pontos de resist�ncias de alguns telespectadores �s informa��es recebidas, pois estes j� possuemslot machines gr�tissi uma bagagem que lhes permitem inferir sentido ao que chega atrav�s da m�dia.

    Quanto � padroniza��o de comportamentos implantados pela televis�o, Costa (2007COSTA, S.R.M.

    Na��o, comunidade imaginada pela m�dia? o futebol-espet�culo e as identidades nacionais.

    In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES E CULTURA, 3., 2007, Salvador.Anais...Bahia, 2007., p.

    9) fala que "o fasc�nio que as imagens exercem nas pessoas convida-os a adentrar no mundo perform�tico da m�dia.

    A realidade dos meios de comunica��o, de certa forma, passa a ser a realidade do cotidiano".

    Com essas caracter�sticas a televis�o funcionaria como um vetor determinante de comportamentos, especialmente pelo grande fasc�nio que provoca nas pessoas levando-as muitas vezes a um estado de falsa consci�ncia sobre a "realidade apresentada" e a "realidade vivida".

    Quando associamos o fasc�nio provocado pela televis�o e aquele provocado pelo esporte moderno, especialmente o esporte na forma de espet�culo das competi��es de prest�gio nacional e internacional, estamos diante de um poderoso arsenal de entretenimento e aliena��o para popula��o.

    Refletindo sobre esta parceria, Silva e Marchi J�nior (2009SILVA, C.L.; MARCHI J�NIOR, W.

    Comunica��o televisiva: reflex�es e considera��es sobre o telejornalismo esportivo.

    Revista Eletr�nica R�zon y Palabra, n.69, 2009., p.

    7) argumentam que "atrav�s do poder de suscitar emo��es, a televis�o encontra nos eventos esportivos momento bastante adequado para explorar o imagin�rio do indiv�duo".

    Ou seja, esta utiliza deste espa�o onde o racionalismo est� marginalizado para introduzir novos valores e significados ao telespectador.

    Frente a estas considera��es, torna-se necess�rio reconhecer e refletir que, com as transmiss�es dos eventos esportivos, a televis�o tem levado os telespectadores a um estado de aliena��o que � caracterizado essencialmente pela ilus�o de que ao "participarem" dessas transmiss�es eles se tornar�o esportistas ou autoridades nos assuntos do esporte.

    Todavia, pensando a estrutura da media��o televisiva, verifica-se que a participa��o destes nestas transmiss�es ocorre apenas como receptores, visto que todo conte�do transmitido � previamente elaborado.

    Entretanto, assiste-se na atualidade,slot machines gr�tisalguns espa�os da media��o esportiva, uma tentativa de intera��o entre os produtores e os receptores das informa��es, tais como os coment�rios que podem ser feitos durante as partidas de futebol via e-mail.

    Embora a capacidade de interfer�ncia da televis�o nos telespectadores pare�a somente negativa, essa tamb�m desperta a capacidade de argumenta��o quanto a assuntos debatidos no meio esportivo.

    No entanto, � necess�rio problematizar as informa��es de forma cr�tica e reflexiva para que os receptores consigam apreender os detalhes da rela��o entre o esporte e a m�dia.

    Destacamos ainda que a atua��o da televis�o na transmiss�o do esporte traz, dentre outras consequ�ncias, a fragmenta��o e a distor��o das pr�ticas esportivas.

    Para Betti (1997BETTI, M.

    A Janela de vidro: esporte, televis�o e Educa��o F�sica.1997.279 f.

    Tese (Doutoradoslot machines gr�tisEduca��o) - Faculdade de Educa��o, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997., p.

    37) esse fato acontece por que:

    A televis�o seleciona imagens esportivas e as interpreta para n�s, prop�em um certo "modelo" do que � "esporte" e "ser esportista".

    Mas, sobretudo, fornece ao telespectador a ilus�o de estarslot machines gr�tiscontato perceptivo direto com a realidade, "como se estivesse olhando atrav�s de uma janela de vidro".

    Essa "janela de vidro" � acessada facilmente pela popula��o atrav�s de seus lares, todavia, "a imagem que o telespectador v� produz apenas certas condi��es de percep��o do original, uma reprodu��o que passa pela limita��o dos pr�prios c�digos televisivos.[...

    ] Ele s� ver� o que a c�mera lhe mostrar" (BETTI, 1997BETTI, M.

    A Janela de vidro: esporte, televis�o e Educa��o F�sica.1997.279 f.

    Tese (Doutoradoslot machines gr�tisEduca��o) - Faculdade de Educa��o, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997., p.38).

    Com as t�cnicas de som, imagem, efeitos especiais, dentre outras, adotadas pelos g�neros televisivos na transmiss�o dos eventos esportivos, Pires (2006PIRES, G.L.

    M�dia, esporte e ilus�o.

    In: F�RUM INTERNACIONAL DE ESPORTE E LAZER (FIESLA), 2006, Rio de Janeiro.Anais...

    Rio de Janeiro, 2006., p.

    4) conclui que "estas s�o condi��es tecnol�gicas que visam compensar a substitui��o da experi�ncia subjetivamente vivida pela media��o televisiva".

    Isto �, uma busca por compensar as faltas que as imagens da televis�o t�mslot machines gr�tisrela��o ao contexto das pr�ticas esportivas, al�m de trazer elementos que n�o podem ser encontrados na realidade.

    Dessa forma, segundo Alves J�nior (2008ALVES J�NIOR, D.

    A rela��o m�dia-esporte: um estudo das mensagens esportiva na televis�o e seus efeitos na pr�tica da Educa��o F�sica escolar, na percep��o do professor.2008.

    Disserta��o (Mestrado) - Universidade de Bras�lia, 2008., p.

    17), "com a aplica��o de novas tecnologias de comunica��o no campo da transmiss�o eletr�nica do esporte, o espectador, presente no local da disputa, e o telespectador, que assiste a televis�o, consomem espet�culos diferentes".

    Embora se assista ao mesmo espet�culo, os meios pelos quais estes s�o apreciados nos deixam diante de situa��es diferentes.

    Na aprecia��o da realidade os sujeitos s�o respons�veis pelas escolhas do que querem ver, na transmiss�o midi�tica s�o seres passivos que na maioria das vezes apenas recebem as informa��es pr�-digeridas.

    Com isso, a figura do telespectador desperta questionamentos e nos coloca diante de dois perfis.

    Para Alves Junior (2008ALVES J�NIOR, D.

    A rela��o m�dia-esporte: um estudo das mensagens esportiva na televis�o e seus efeitos na pr�tica da Educa��o F�sica escolar, na percep��o do professor.2008.

    Disserta��o (Mestrado) - Universidade de Bras�lia, 2008., p.

    17) "ele pode serslot machines gr�tismero telespectador passivo, consumidor de informa��es e produtos, mas tamb�m pode ser agente cr�tico capaz de filtrar e interpretar criticamente o que lhe � transmitido".

    Seguramente a televis�o se interessa mais pelas caracter�sticas do primeiro tipo, pois com esse perfil de telespectador suas informa��es s�o rapidamente assimiladas sem maiores questionamentos.

    Segundo Betti (1997)BETTI, M.

    A Janela de vidro: esporte, televis�o e Educa��o F�sica.1997.279 f.

    Tese (Doutoradoslot machines gr�tisEduca��o) - Faculdade de Educa��o, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997.

    , o telespectador que consome as transmiss�es esportivas � impedido de realizar uma reflex�o cr�tica, bem como de localizar os sentidos ocultos e as intencionalidades das transmiss�es por consequ�ncia da fragmenta��o, da velocidade, da reconstru��o da realidade, do rebaixamento das exig�ncias intelectuais e do impacto direto sobre o plano emocional causado pelas imagens.

    A falta de conhecimento e de uma forma��o cr�tica impede que alguns telespectadores se "libertem" das emo��es para agir atrav�s de posicionamentos racionais.

    Tornam-se assim, "escravos" dos produtores das informa��es.

    Como diz Marcondes Filho (2002MARCONDES FILHO, C.

    Midiacriticism ou dilema do espet�culo de massas.In: PRADO, J.L.A.(Org.).

    Cr�tica das pr�ticas midi�ticas: da sociedade de massa �s ciberculturas.

    S�o Paulo: Hacker, 2002., p.

    19) "uma sociedade sem cr�tica � uma sociedade morta: o componente humano sede lugar �s rela��es maqu�nicas, aos processos tecnol�gicos marcados por intelig�ncias artificiais e est�pidas".

    Portanto, qual seria a solu��o para mudar este perfil de telespectador? Que estrat�gias deveriam ser utilizadas? Quais as consequ�ncias desta mudan�a? Certamente s�o questionamentos de dif�ceis respostas, por�m para respond�-los as rela��es entre a m�dia e o esporte devem ser problematizadas.

    Neste estudo, a problematiza��o desta rela��o acontece diante de um "elemento" de grande import�ncia para a popula��o brasileira, a realiza��o de Copas do Mundo de Futebol.

    Segundo Gastaldo (2002____.

    P�tria, chuteiras e propaganda: o brasileiro na publicidade da Copa do Mundo.

    S�o Paulo: Annablume; S�o Leopoldo: Ed.da Unisinos, 2002., p.

    22), "uma Copa do Mundo representa para os brasileiros o verdadeiro momento ritual de celebrar a nacionalidade".

    � atrav�s do fasc�nio provocado por essa competi��o, e pela confian�a que depositamos na sele��o nacional "que temos nos pensado enquanto na��o e povo" (BITENCOURT, 2009BITENCOURT, F.G.

    Esbo�o sobre algumas implica��es do futebol e da copa do mundo para o Brasil: identidades e ritos de autoridade.

    Revista Brasileira de Ci�ncias do Esporte, Campinas, v.30, n.3, p.

    173-189, maio 2009, p.174).

    Diante disso, questiona-se como ser� constitu�da a rela��o pr�via da m�dia com a Copa do Mundo de Futebolslot machines gr�tis2014 que ser� sediada no Brasil? Direcionaremos os olhares ao processo de agendamento que a Televis�o, especialmente os telejornais esportivos, tem efetivado para a realiza��o desse megaevento.

    ATEN��O! PROCURA-SE P�GINAS DE UMA AGENDA.

    O presente estudo se apropria da teoria do agendamento para pensar a rela��o do esporte com a m�dia, especialmente da televis�o com a Copa do Mundo de Futebol de 2014 que ser� sediada pelo Brasil.

    De acordo com Mezzaroba (2009MEZZAROBA, C.; PIRES, G.L.

    O agendamento esportivo como objeto de pesquisa da Educa��o F�sica e como (nova) possibilidade no trato com os conhecimentos da Educa��o F�sica Escolar.

    In: CONGRESO ARGENTINO, 8.

    , 2009, La Plata; LATINOAMERICANO DE EDUCACION F�SICA Y CIENCIAS, 3., 2009, La Plata.Anais...La Plata, 2009., p.

    3) "o conceito de agendamento � apenas uma tradu��o do agenda-setting no ingl�s", que resumidamente significa o processo de discuss�o e debate organizado pela m�dia antes da realiza��o de um evento.

    Tomando como base os estudos de Baibich (2007BAIBICH, A.M.

    � sombra do futebol: um estudo sobre a presen�a do esporte amadorslot machines gr�tisjornais di�rios de Porto Alegre.2007.

    Trabalho de Conclus�o de Curso.

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007., p.

    15), o agenda-setting, ou tamb�m, Teoria do Agendamento, "surgiu de um estudo de Maxwell McCombs,slot machines gr�tis1968".

    Nesse estudo, McCombs "analisou os efeitos dos meios de comunica��o de massaslot machines gr�tiseleitores indecisos" e chegou � conclus�o de que "os acontecimentos e quest�es enfatizadas pela m�dia entram na agenda de discuss�es do p�blico que acompanha os meios de comunica��o.

    A m�dia determina os assuntos que ser�o tratados por seu p�blico".

    Baibich (2007BAIBICH, A.M.

    � sombra do futebol: um estudo sobre a presen�a do esporte amadorslot machines gr�tisjornais di�rios de Porto Alegre.2007.

    Trabalho de Conclus�o de Curso.

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007., p.

    16) tamb�m argumenta que:

    A m�dia serve segundo esta teoria, como meio pelo qual o p�blico constr�i seu conjunto de assuntos de interesse.

    A teoria do agendamento n�o falaslot machines gr�tisuma influ�ncia direta da m�dia na opini�o do p�blico, mas ela tem o papel decisivo de definir quais os t�picos merecem opini�o e interesse de quem est� atento aos ve�culos de comunica��o.

    Assim, de acordo com essa teoria, a m�dia seria respons�vel pela constru��o da pauta de temas para o debate p�blico, apresentando o que lhe desperta interesse e escondendo o que n�o lhe interessa.

    Ainda, "al�m de exercer este papel de 'mestre-de-cerim�nias', e determinar os problemas que ser�o debatidos na sociedade, a m�dia tamb�m determina o n�vel de import�ncia que cada tema adquire neste debate" (BAIBICH, 2007BAIBICH, A.M.

    � sombra do futebol: um estudo sobre a presen�a do esporte amadorslot machines gr�tisjornais di�rios de Porto Alegre.2007.

    Trabalho de Conclus�o de Curso.

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007., p.16).

    O agendamento midi�tico seria assim um processo de longo prazo, que aos poucos e continuamente oportunizaria o debate para a forma��o de opini�es e a prepara��o para a realiza��o dos eventos, no caso espec�fico deste trabalho, a Copa do Mundo de Futebol de 2014.

    Com baseslot machines gr�tisMezzaroba e Pires (2009MEZZAROBA, C.; PIRES, G.L.

    O agendamento esportivo como objeto de pesquisa da Educa��o F�sica e como (nova) possibilidade no trato com os conhecimentos da Educa��o F�sica Escolar.

    In: CONGRESO ARGENTINO, 8.

    , 2009, La Plata; LATINOAMERICANO DE EDUCACION F�SICA Y CIENCIAS, 3., 2009, La Plata.Anais...La Plata, 2009., p.

    3) compreendemos o agendamento como:

    Um processo relacional entre a agenda jornal�stica e a agenda p�blica,slot machines gr�tisque h� uma tentativa de alguns grupos (financeiros, econ�micos, pol�ticos e a pr�pria m�dia)slot machines gr�tispautar termos e assuntos de seu interesse na esfera social e colocar, desta maneira, sua(s) opini�o(�es) com o objetivo de torn�-la(s) hegem�nica(s).

    O agendamento, portanto, � sempre exercido pela m�dia, ve�culo que opera tais interesses, mas tem uma rela��o de intera��o com a opini�o p�blica, assim como com grupos privados ou da esfera p�blica, fazendo com que, emslot machines gr�tisoperacionaliza��o, v�rios campos se cruzem.

    Com base neste entendimento do processo de agendamento, propomos analisar como os telejornais esportivos est�o agendando a Copa de 2014 e quais as inten��es desse processo.

    A pesquisa aconteceu durante o m�s de abril de 2010 e teve como espa�o de investiga��o os telejornais esportivos: Esporte Fant�stico transmitido aos s�bados pela emissora Rede Record e Esporte Espetacular transmitido aos domingos pela emissora Rede Globo.

    Na coleta do material de an�lise, utilizamos a grava��o de fitas atrav�s de v�deo cassete e das reportagens disponibilizadas para download nos sites dos programas Esporte Fant�stico (http://www.rederecord.com.

    br/programas/esportefantastico/_home.

    asp) e Esporte Espetacular (http://globoesporte.globo.

    com/programas/esporte-espetacular/).

    No material coletado foram apresentadas 129 reportagens.

    Para a an�lise, dividimos e classificamos inicialmente as reportagens dentro de categorias (grupos estabelecidos para aglutinar reportagens sobre a mesma tem�tica).

    Nestas reportagens foram citadas in�meras modalidades esportivas, entretanto, uma recebeu maior destaque, o futebol.

    Com 79 reportagens essa categoria foi reclassificadaslot machines gr�tissubcategorias como: clubes de futebol, onde foram apresentadas reportagens sobre os clubes de futebol brasileiro tais como: Portuguesa Santista, S�o Paulo, Santo Andr�, Botafogo, Corinthians, Palmeiras e Santos, sendo que esta �ltima obteve o maior n�mero de reportagensslot machines gr�tisvista do bom desempenho acompanhado nas competi��es realizadas no per�odo das grava��es.

    Al�m desta, obtivemos ainda subcategorias referentes �: futebol inclus�o e supera��o; mulher e futebol; campeonatos estaduais; futebol internacional; locutores de futebol; futebol e lazer; humor e futebol; hist�ria do futebol; mascotes do futebol; futebol nas academias; esc�ndalos, pol�micas e fraudes; personagens e fatos marcantes; e, Copa do Mundo de Futebol de 2010.

    Esta �ltima obteve destaque dentre as demais subcategorias do futebolslot machines gr�tisvista da proximidade da realiza��o do eventoslot machines gr�tis2010 na �frica do Sul, e abordou assuntos como: opini�o popular sobre a convoca��o dos jogadores para a Copa; as instala��es que receberiam as sele��es na �frica do Sul; a contagem regressiva dos dias para o in�cio da copa; retrospectiva de gols marcadosslot machines gr�tiscopas anteriores; apresenta��o das cidades sedes dos jogos do mundial; figurinhas do �lbum oficial da Copa de 2010; discuss�o sobre a convoca��o do jogador Neymar para integrar a sele��o brasileira; apresenta��o das feras do mundial; os pa�ses participantes; entre outros.

    Compondo as demais categorias das reportagens apresentadas tivemos: v�lei; atletismo; disputas automobil�sticas; esportes radicais; basquete; esporte na m�dia; recordes; nata��o; corrida a�rea; boxe; futsal; nado sincronizado; hipismo; beisebol; gin�stica art�stica; ciclismo; jud�; paraolimp�adas; handebol; rali; t�nis e Educa��o F�sica escolar.

    Diante do exposto, percebemos uma grande variedade de informa��es nas reportagens coletadas, especialmente no que concernem as modalidades esportivas.

    Entretanto, o futebol ganha a dianteira e destaca-se como o mais citado.

    Frente a isso, questionamos: e o agendamento para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 aconteceu durante as grava��es dos telejornais Esporte Fant�stico e Esporte Espetacular no m�s de abril? Verifica-se inicialmente que n�o, visto que n�o foi obtida nenhuma reportagem que fizesse refer�ncia direta ao megaevento que delimitamos.

    Entretanto, foi a partir dessa "aus�ncia" de agendamento que promovemos algumas reflex�es sobre a rela��o da m�dia com os esportes.

    Afinal, o que aconteceu com o agendamento para a Copa de 2014? Ou ser� que n�o aconteceu? Certamente n�o apresentaremos uma resposta conclusiva para o caso, mas consideraremos algumas hip�teses para refletir e compreender as causas dessa aus�ncia.

    Primeiramente, se n�o obtivemos reportagens sobre a Copa do Mundo de 2014 nas edi��es analisadas � porque outras tiveram destaque.

    Na edi��o jornal�stica, para se tornar not�cia, as informa��es s�o selecionadas com baseslot machines gr�tiscrit�rios previamente estabelecidos.

    Segundo Sousa (2006SOUZA, L.C.S.

    Cobertura esportiva na televis�o: crit�rios de noticiabilidade na interface entre jornalismo e entretenimento.

    In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO, 4.

    , 2006, Porto Alegre.Anais...Porto Alegre, 2006., p.

    2), a sele��o da not�cia no jornalismo esportivo, comoslot machines gr�tisqualquer produto jornal�stico, �:

    Um processo norteado pelos crit�rios de noticiabilidade universais � atividade de produ��o e transforma��o de acontecimentosslot machines gr�tisfatos not�veis.

    Tamb�m no notici�rio esportivo, tem mais chance de se tornar not�cia o que � factual, que desperta o interesse do p�blico, que atinge o maior n�mero de pessoas, que seja inusitado ou curioso, que seja novidade e que apresente bons personagens.

    A tem�tica da Copa do Mundo de Futebol de 2014 certamente se enquadraslot machines gr�tismuitos dos crit�rios de noticiabilidade apresentados, entretanto n�o foi selecionada no per�odo analisado pelos "fabricantes" das reportagens.

    Esse processo de sele��o e decis�o do que deve ser not�cia � bastante discutido na teoria do Gatekeeper de David White.

    "O conceito de Gatekeeper (guardi�o do port�o,slot machines gr�tisingl�s) se refere a uma pessoa que deve tomar uma s�rie de decis�es".Assim,

    Na teoria de White, o processo de sele��o de not�cias � concebido como uma s�rie de escolhas, onde um fluxo de not�cias deve passar por uma s�rie de "port�es" (os famosos Gates), que s�o momentos de decis�oslot machines gr�tisrela��o aos quais o gatekeeper (o jornalista) tem de decidir se vai escolher ou n�o esta not�cia, deix�-la passar ou n�o (BAIBICH, 2007, p.18-19).

    Na conclus�o de White, os crit�rios de publica��o ou n�o das not�cias s�o arbitr�rios e subjetivos, e provocam uma distor��o involunt�ria dos fatos.

    Portanto, tomando como base os resultados apresentados, onde o futebol se destaca como o mais citado, verificamos que este se enquadraslot machines gr�tismuitos dos crit�rios de sele��o apresentados e por isso teria passado pelos "port�es" das edi��es jornal�sticas.

    A "Copa de 2014" tamb�m faz parte da tem�tica do futebol e, no entanto, n�o foi citada/agendada nas 79 reportagens classificadas nesse grupo, certamente ficando guardada para outros momentos.

    Como "justificativa" para esse fato, elencamos com base nas categorias de reportagens mais citadas algumas hip�teses.

    Nas discuss�es te�ricas realizadas expusemos que a m�dia adota crit�rios de noticiabilidade para constru��o e transmiss�o de reportagens, sendo o processo de escolha algo "subjetivo".

    Assim, durante o per�odo da pesquisa, certamente a tem�tica da Copa de 2014 n�o atingiu os crit�rios exigidos, cedendo espa�o para outras tem�ticas.

    Esse espa�o foi ocupado majoritariamente pelas categorias: Santos, "a sensa��o do momento", o "arrasa quarteir�es do instante", pelo �timo desempenho da equipe e de seus jogadores no campeonato paulista que se realizava, no per�odo da pesquisa,slot machines gr�tissuas fases finais; Copa do Mundo de Futebol de 2010, pela import�ncia e proximidade do evento, que iniciaria no dia 11 de junho do referido ano; Esc�ndalos, Pol�micas e Fraudes, pelo interesse do p�blico na vida dos esportistas, pelas den�ncias, entre outros.

    Portanto, ilustramos como exemplo estas tr�s categorias para que possamos pensar o n�o agendamento no m�s de abril de 2010 para a Copa de Futebol de 2014 nos telejornais esportivos Esporte Fant�stico e Esporte Espetacular.

    Compreendemos que estas categorias atingiram os crit�rios de noticiabilidade exigidos para o momento.

    No entanto, aqui hipotetizamos: as 79 reportagens sobre o futebol n�o se configurariam como agendamento para a Copa de 2014?

    Fazendo analogia a este fato podemos citar o exemplo da pol�tica.

    Em outubro de 2010 acompanhamos a disputa do pleito eleitoral nas esferas estaduais e federais, no entanto, no per�odo que antecedeu a realiza��o desse evento, foram apresentadas reportagens sobre personagens pol�ticos que possivelmente iriam concorrer a essa disputa, sem fazer refer�ncia a ela, (in)conscientemente era realizado o processo de agendamento para esse pleito, mas n�o de forma direta.

    Assim, da mesma forma que na pol�tica, isto pode ocorrer no esporte, especialmente no evento debatido neste trabalho, a Copa do Mundo de Futebol de 2014.

    O fato de n�o termos obtido nenhuma reportagem direta sobre esse evento n�o nos permite afirmar que n�o houve agendamento, visto que de forma impl�cita e (in)consciente este pode ter acontecido no per�odo e espa�o investigado.

    O que procuramos com essa an�lise � chamar a aten��o do leitor para o fato de que embora n�o tenhamos obtido nenhuma reportagem sobre a Copa de 2014 nos telejornais e tempo investigado, o agendamento pode sim ter acontecido de forma impercept�vel para os telespectadores atrav�s da discuss�o dos in�meros assuntos sobre futebol, e prioritariamente sobre a Copa de 2010,slot machines gr�tisque muitas das situa��es discutidas envolveram, tamb�m, a realiza��o da Copa de 2014 no Brasil.

    Estamos diante de uma das maiores estrat�gias utilizadas pela m�dia para a comercializa��o dos seus produtos e aceita��o das suas informa��es, ou seja, para veicular ideias e incutir sentidos, s�mbolos e significados aos seus receptores n�o precisa faz�-los de forma expl�cita, isto pode ser realizado de modo impercept�vel, o que gera um estado de falsa consci�ncia e impede que os questionamentos surjam.

    CONSIDERA��ES FINAIS

    Diante do exposto, percebemos que a rela��o estabelecida entre o esporte e a m�dia, mais especificamente, entre o esporte espet�culo de competi��es e a m�dia televisiva, � intensamente recortada por interesses dos que det�m o poder da produ��o das informa��es que ser�o mediadas.

    Este jogo de interesses acaba por veicular verdades sobre as pr�ticas esportivas, que s�o consumidas sem maiores reflex�es pelos telespectadores.

    Os telespectadores, como pe�as centrais do processo de media��o, necessitam despertar suas reflex�es para as informa��es mediadas.

    A televis�oslot machines gr�tissuas transmiss�es n�o oportuniza o desenvolvimento aut�nomo e criativo dos receptores, para ela � mais vantajoso o consumo irrefletido.

    Na rela��o com o esporte esta segue a mesma l�gica, tornando-se ainda mais intensa pela capacidade de suscitar emo��es que as pr�ticas esportivas possuem.

    Pensando isto, consideramos oportuno compreender quais interesses est�o postos na apropria��o midi�tica desses fen�menos, especialmente pelo atual cen�rio brasileiro que conquistou o direito de sediar esses dois eventos, a Copa do Mundo de Futebolslot machines gr�tis2014 e as Olimp�adasslot machines gr�tis2016.

    Neste estudo buscamos contribuir para esta compreens�o, a partir da investiga��o do processo de agendamento midi�tico para a Copa de Futebol de 2014.

    A n�o ocorr�ncia de forma direta nos permitiu especular, com base nas teorias apontadas, no material coletado e analisado, elementos que apontam para diferentes estrat�gias utilizadas pela m�dia na sele��o e veicula��o das informa��es, bem como da forma impl�cita que muitas informa��es s�o mediadas.

    Compreendemos que, para al�m das reflex�es te�ricas acerca da rela��o estabelecida entre os esportes e a m�dia, � necess�rio o desenvolvimento de propostas que possam integrar a teoria e a pr�tica, ampliando os espa�os de forma��o cr�tica para recep��o das informa��es midi�ticas sobre os assuntos esportivos.

    Dentre estes, apontamos o espa�o escolar, especialmente o contexto das aulas de Educa��o F�sica, como local importante para refletir sobre esta rela��o, de forma a atingirmos um contingente maior de pessoas, ultrapassando os espa�os acad�micos para se fazer presente nos espa�os sociais mais amplos.

    Portanto, � necess�rio aten��o �s estrat�gias e interesses da m�dia na veicula��o de suas informa��es, particularmente quando relacionado aos assuntos esportivos.

    Para isso, defendemos uma forma��o cr�tica e emancipada de professores e alunos nos espa�os de ensino e que possa proporcionar posicionamentos conscientes e aut�nomos quando for abordada a tem�tica do esporte eslot machines gr�tisrela��o com a m�dia, ou seja, o esporte midi�tico, principalmente no contexto das aulas de Educa��o F�sica.

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